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Perfil do Caráter: Os Atletas Olímpicos e as Virtudes Universais

By on 10/08/2012 – 2:37 pm  2 Comments
 

Monica Montijo é Mestranda em Psicologia Positiva do Desenvolvimento pela Universidade de Claremont. Ela estudou com o Psicólogo Positivo Mihaly Csikszentmihalyi e Jeanne Nakamura. Profissionalmente, Monica é coach de desempenho, comunicadora motivacional e escritora com foco em pesquisar, construir, e transmitir memes para o crescimento e desenvolvimento, e em criar condições para que as pessoas experienciem a criatividade, o significado e flow. Os artigos da Monica estão aqui.



Os Jogos Olímpicos representam a realização máxima da excelência nos esportes, e os medalhistas são campeões de desempenho humano ótimo. Todo olímpico traz uma história de desafio, risco, fracasso, triunfo, e esperança. Essas histórias têm o potencial de inspirar as pessoas ao redor do mundo a sonharem com semelhantes e impressionantes proezas de significado.

Talvez considaremos os Jogos Olímpicos como tão interessantes porque a competição suscita as virtudes universais de sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência. O livro de Peterson e Seligman sobre as virtudes destacam 6 virtudes e 24 forças de caráter que têm “emergido consensualmente entre culturas ao longo das eras.” As Olimpíadas nos trazem modelos dessas virtudes ao redor do mundo. Cada evento das Olimpíadas de 2012 será transmitido ao vivo via Internet. Aqui estão 6 linhas de histórias para assistirmos em Londres, as quais incorporam as virtudes e forças de caráter. Fique de olhos abertos para outras histórias de forças de caráter no desenrolar dos jogos.

SABEDORIA – Forças COGNITIVAS: Aprendizado e uso do conhecimento e experiência

Mike Krzyzewski, Técnico de Basqueteball Masculino EUA

Robert Sternberg (1998) define a sabedoria como, “O equilíbrio entre os próprios interesses, do outro, e da grande comunidade.” O Técnico da Seleção de Basqueteball Mike Krzyzewski, EUA, têm sido o treinador vencedor em 1,000 jogos, e ele é motivado de tal maneira que ecoa a sabedoria definida por Sterberg. Em um artigo recente da revista USA Today, Krzyzewski, 65, disse que representar os EUA é, “a honra máxima”, e as experiências vividas por sua família são valiosíssimas, trazendo a ele grande alegria. Além disso ele tem verdadeira paixão e entusiasmo pelo desafio de colocar seu legado na linha e liderar a equipe mais talentosa de atletas.
O Técnico K é um grande motivador que ensina sua famosa equipe de estrelas da NBA o profundo significado de trabalhar juntos para competir pelos EUA. Com duas medalhas de ouro, segue rumo à sua terceira e potencialmente final posição como Técnico da equipe de basqueteball dos EUA, tendo criado um legado de viver para o serviço. A equipe dos EUA venceu seu primeiro jogo contra a França em 29 de Julho, mas há muitos desafios ainda a serem enfrentados.

CORAGEM– Forças Emocionais: Força de vontade e motivação para alcançar metas apesar da adversidade

Oscar Pistorius, África do Sul, corrida de 400m, 4x400m no revezamento

Antes de 1 ano de idade, as pernas de Oscar Pistorius foram amputadas até os joelhos. Mostrando uma resiliência extraordinária, Pistorius dominou o desafio físico de viver um estilo de vida ativo com pernas de prótese, e foi corredor na classe mundial até que os oficiais do esporte alegaram que sua deficiência era uma vantagem injusta. Ele enfrentou o desafio emocional de lutar com as autoridades por seu direito de competir contra o melhor do mundo, e após meses de rigorosos testes médicos teve sua elegibilidade readquirida. Sua coragem para perseverar através da dor, dúvida, e uma curta exclusão do esporte foi recompensada quando ele qualificou-se para os Jogos de Londres para corrida de 400m e de 4x400m.

Pistorius está correndo pela África do Sul no que é frequentemente considerado por praticantes do atletismo como a corrida mais desgastante e fisicamente dolorosa de todas. Oscar irá competir contra alguns dos atletas mais explosivos e poderosos do mundo no Sábado, 4 de Agosto no Estádio Olímpico.
 
 
 
HUMANIDADE – Forças Interpessoais: Cuidando e criando laços de amizade

Alex Meyer, EUA, 10k natação em água aberta

O nadador a distância dos EU, Alex Meyer estava vivendo um sonho. Era o nadador Americano da Harvard e havia conhecido o amigo perfeito, colega de quarto, e parceiro de treino em Fran Crippen, no Campionato Mundial de 2009 em Roma. Os dois rapidamente se tornaram amigos e estabeleceram a meta de competirem juntos nas Olimpíadas de Londres. Em Outubro de 2010 eles viajaram para os Emirados Árabes para nadar na competição da Copa Mundial, a qual mudaria a vida de Mayer para sempre. Seu evento foi a extenuante maratona de nado de 10k e ao contrário das condições amigáveis de uma piscina fechada, eles estavam nadando no mar aberto e sujeitos aos elementos da natureza. Durante a competição Meyer percebeu que Crippen desapareceu, mas já era tarde demais. Vencido pelo calor, seu amigo se afogou e Meyer nunca mais o veria vivo.

Meyer carrega uma fotografia emoldurada e bem viajada de seu parceiro de equipe, e mantêm sua amizade viva por construir novas relações com os pais e amigos de Crippen. Ele se reúne com estes por anos no aniversário de nascimento falecimento de Fran. Meyer diz que o melhor sentimento é estar na Philadelphia cercado por seus novos amigos e família. Em entrevista ao Boston Globe, Meyer disse, “Eu queria deixar o Fran orgulhoso, e sua família e amigos também. Agora, isso é o grande motivador.” Meyer irá nadar na competição de água aberta em 19 de Agosto em Serpentine, um lago no Hyde Park de Londres.

JUSTICA – Forças Cívicas: Promove a vida comunitária saudável

Bahiya al-Hamad, Catar, atiradora

O Catar é um pequeno país do oriente médio conhecido por sua riqueza de petróleo e linha aérea ganhadora de prêmio. Crenças profundamente arraigadas relativas a separações entre homens e mulheres tem impedido o Catar e outras nações tais como Arábia Saudita e Brunei de enviarem atletas femininas para competir nos Jogos Olímpicos. al-Hamad, 19, carregou a bandeira de Catar durante as cerimônias e representou seu país na competição feminina de tiro em 28 de Julho.

Sarah Attar, Arábia Saudita, 800m corredora

Attar, uma Californiana nativa, estuda na Universidade Pepperdine, e será a primeira mulher da história a competir pela ultra-conservadora Arábia Saudita. Como segunda geração Saudita, a inclusão de Attar nos Jogos de Londres é um compromisso feito para satisfazer o Comitê Olímpico Internacional, o qual insistiu que o país enviasse atletas para participarem. Em entrevista com o COI, Attar disse, “Eu definitivamente penso que minha participação nestes Jogos Olímpicos pode aumentar a participação das mulheres nos esportes em geral. Espero apenas o melhor para elas e que possamos realmente fazer um bom progresso para as mulheres nas Olimpíadas, e nos esportes em geral.“

Attar e al-Hamar têm 19 anos e representam novas possibilidades nos esportes para milhões de mulheres Árabes. Apesar de alguns terem alertado sobre as potenciais reações negativas pela participação em Londres, ninguém pode negar a importância da quebra de barreiras rumo à igualdade de gênero de sua nação.

TEMPERANÇA – Forças protegendo do excesso

Caster Semenya, África do Sul , 800m corredora


Caster Semenya é a porta-bandeira das Olimpíadas de Londres de 2012. Sua jornada para representar seu país não poderia ter acontecido sem o poder do perdão. Após perder sua competição por 2 segundos no Campeonato Mundial de Berlim em 2009, Semenya foi golpeada pelo olhar público e sujeita ao escrutínio inimaginável das pessoas de seu próprio país que questionaram seu gênero. A excelência de Semenya como corredora foi tão extraordinária que a Federação de Atletas da Associação Internacional (FAAI) alegou ser obrigada a investigar e exigiu que ela procurasse um médico para fazer um exame físico. Ela concordou, ingenuamente assumindo que a FAAI tinha os melhores interesses em mente. No entanto, o que se seguiu foi um debate de proporções extraordinárias que ganhou atenção internacional e fez de Caster a referência para o debate crescente e relevante sobre gênero, sexualidade e esporte. Ela foi provocada e pressionada com os resultados vazados para o mundo saber. A provocação foi traumática o suficiente de modo que ninguém a culparia por desistir dos esportes após ter sido banida da competição por quase um ano.

Semenya não seria forçada a desistir do que ela mais amava. Sua prudente habilidade de focar na corrida durante os últimos três anos de turbulência fizeram dela uma heroína nacional, além da favorita para o ouro em Londres. As competições pré-eliminatórias de 800m começam em 8 de Agosto.

TRANCENDÊNCIA – Forças que fomentam conexões com o universo maior e fornecem significado

Samyr Laine, Haiti, pulo triplo

Samyr Laine, 28, está tentando se tornar o primeiro Haitiano desde1928 a ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. Laine é pós graduado pela Harvard e Faculdade de Direito de Georgetown, nunca morou no Haiti e está competindo pelo país que foi assolado pelo desastre por um propósito maior que si mesmo.
Ele é um dos atletas, 4 dos quais não são nativos, que irão competir pelo Haiti em Londres. Os sonhos Olímpicos de Laine são abastecidos por seu desejo de erguer o perfil de sua Organização sem fins lucrativos, a Fundação Corra Pelo Haiti – Run for Haiti – um programa de esportes que planeja gerir clínicas de treino e produzir participantes Olímpicos naturais do Haiti no futuro. “O objetivo”, ele diz, “é termos futuras equipes formadas de atletas que nasceram e cresceram no Haiti.” Laine espera transformar um forte desempenho começando em 7 de Agosto em Londres, com o apoio de seu colega de faculdade, o magnata da mídia social Mark Zuckerberg, em uma vitória para o desenvolvimento do Haiti.

Mantenha os olhos abertos para as forças de caráter e virtudes ao assistir as Olimpíadas. Nós o convidamos a postar sua nomeação para medalhistas em sabedoria, coragem, humanidade, cidadania, temperança, e transcendência.
 


 
Referências

Peterson, C. & Seligman, M. (2004). Character strengths and virtues: A handbook and classification. Oxford: Oxford University Press.

Sternberg, R. J. (1998). A balance theory of wisdom. Review of General Psychology, 2, 347–365

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Fotos

Olympic Gold, front and back from wikimedia
Mike Krzyzewski from Wikipedia
Olympic Rings in Cardiff
Young athlete with prosthetic legs courtesy of jmywuaco
Distance swimming courtesy of akunamatata
City of London, Naive Painting courtesy of naiveartist
Caster Semenya from Wikipedia
Haiti flag from wikimedia

2 Comments »

  • Senia says:

    O que uma discussão interessante das Olimpíadas!

  • Edvania says:

    Ola Monica,
    Parabens pelo artigo e pelo site, tudo e muito interessante e importante para o desenvolvimento de nossas pesquisas no Brasil.

    Pesquisei sobre a experiência do fluxo durante o meu mestrado UNESP, O tema foi Ensino de dança, musica e Experiência do fluxo.
    Meu sonho e assistir uma palestra pessoalmente do prof. Mihaly. Estou tentando entrar no doutorado aqui pra tentar uma bolsa sanduwishe na universidade de Claremont, gostaria muito de conhecer o departamento de piscologia positiva. Tenho interesse de pesquisa sobre experiencia do fluxo no esporte, artes e educação. Se puder me indicar bibliografias ficarei agradecida.

    Sucesso em seu trabalho!
    Edvânia Campeiz

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