Desvio Positivo
Amanda Horne é coach executiva e facilitadora, cujo tema de foco organizacional é "Pessoas e Ambientes de Trabalho que florescem." Ela é formada em Coaching de Felicidade Autêntica e membro fundadora do Positive Workplace International. Bio Completa.
Amanda escreve todo terceiro dia de cada mês, e seus artigos estão aqui.
Nota da Editora: Este é o terceiro de uma série de artigos sobre o Manual Oxford de Bolsas de Psicologia Organizacional – The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship. Veja também o artigo de Kirsten Cronlund, Uma Poderosa Coleção: Revisão de Livro e o artigo da Amanda Horne, Organizações Virtuosas.
Um exemplo de Desvio Positivo
Há doze anos, a Harvard Business Review publicou um artigo sobre o papel que a organização Save the Children teve na redução da desnutrição infantil em vilas rurais do Vietnã. O comportamento foi modificado pelo exame de desvio positivo na comunidade: as famílias que não tinham casos de desnutrição porque alimentavam suas crianças de maneira diferente, contra a sabedoria convencional. Por meio de ajudarem o restante dos moradores da vila a descobrirem este comportamento que já estava ocorrendo entre os seus membros, a mudança foi implementada de dentro.
“… a abordagem de desvio positivo cria soluções inovadoras… e oferece importantes vantagens sobre abordagens tradicionais que tentam impor soluções provenientes de fora.” Sternin & Choo
Esta estória inspiradora é um dos muitos exemplos de Desvio Positivo (VP) que ocorre nas ciências da saúde e nutrição. No Capítulo 77 do Manual The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship, Marc Lavine revisa a história do desvio positivo e sugere que acadêmicos de gestão e organizacionais deveriam “fazer mais uso do DP como um método de aprendizado ou tecnologia aplicada.”
Ele observa que o livro de 2003 Positive Organizational Scholarship incluiu um exame dos desvios positivos nas organizações por Gretchen Spreitzer e Scott Sonenshein. Eles forneceram definições, construtos, e agendas de futuras pesquisas. Nove anos mais tarde, pouco tem acontecido para expandir esse trabalho no cenário organizacional. Lavine afirma que o DP tem florescido no ambiente de serviços sociais, com a Iniciativa de Desvio Positivo fornecendo“o tratamento mais abrangente da abordagem da DP aplicada até o momento.”
O que é Desvio Positivo?

Mark Lavine
DP é um ato e também uma abordagem.
As origens do desvio positivo remontam à Marian Zeitland , que é considerada a originadora do desvio positivo no início de 1900, e à Jerry e Monique Sternin que são vastamente considerados como os pioneiros do desvio positivo.
“O Desvio Positivo é baseado na observação de que em toda comunidade há certos indivíduos ou grupos cujas estratégias e comportamentos incomuns os capacitam a encontrar soluções melhores que seus pares, enquanto teem acesso aos mesmos recursos e enfrentam desafios piores ou semelhantes. O enfoque no Desvio Positivo é baseado em recursos, resolução de problemas, e impulsionado pela comunidade, o qual capacita a comunidade a descobrir essas estratégias e comportamentos bem sucedidos, e a desenvolver um plano de ação para promover sua adoção por todos os envolvidos.” Site: The Positive Deviance Initiative
Lavine observa que Spreitzer e Sonenshein definem desvio positivo como um “comportamento intencional que se desvia das normas de um grupo de referência de maneira honrosa”. Lavine atualiza a definição, “O DP é um comportamento incomum que não se encaixa às normas esperadas, mas seria considerado positivo pelo grupo de referência”. Esta definição incorpora o que Levine considera as qualidades essenciais do desvio positivo.
O desvio positivo foca atenção nos finais extremos do espectro positivo. O enfoque do DP inclui:
- Identificação do problema / desafio
- Pressuposto de que a solução existe na comunidade e que as fontes internas são especialistas
- Descobertas baseadas no inquérito do desvio positivo
- Observação dos comportamentos daqueles que conduzem desvio positivo cria um senso de propriedade naqueles que buscam a mudança
- Provas sociais em vez de soluções hipotéticas
- Mudança orgânica proveniente de dentro
- Reprodução e adaptação, em vez de criação de um projeto modelo
- Boa liderança
- Mudança gradual da norma como desvio se torna o comportamento de costume

Novos insights
Similar ao Inquérito Apreciativo?
Quando li sobre o desvio positivo, achei muito semelhante ao inquérito apreciativo. Fiquei contente ao ler a clara definição das diferenças entre o inquérito apreciativo e o DP. Ele as considera como enfoques complementares. O inquérito apreciativo utiliza o processo da descoberta para provocar novos insights e criar mudança catalisadora, a qual se desvia do que foi originalmente identificado na fase da descoberta. O desvio positivo por outro lado, busca reproduzir o comportamento de desvio o que descobriu. O inquérito apreciativo geralmente constrói sobre o que já está funcionando bem dentro do sistema (ex. dentro da empresa ou grupo de pessoas que querem melhorá-la) enquanto o desvio positivo é frequentemente utilizado para contrastar um sistema que funciona ao lado de um que não funciona, para melhorar aquele que não funciona. O desvio positivo geralmente é utilizado para resolver problemas muito difíceis, em vez de fazer mudanças incrementais, ou melhoras catalisadoras.
Direções Futuras

Espiral ascendente
O enfoque no DP está definhando no mundo organizacional. Lavine propõe diversas perguntas de pesquisa que poderiam estimular uma maior utilização do enfoque em DP. Esses incluem:
- O que faz com que os desviados positivos variem?
- Quando o desvio é um fenômeno em nível de grupo?
- O que contribui para o desvio positivo em organizações?
- Como uma pessoa pode facilitar um enfoque em DP de maneira habilidosa?
- O DP pode ser aplicado em tarefas complexas?
- Quais são os efeitos do enfoque em DP a longo prazo nos sistemas e organizações?

Espiral orgânico
O Jargão Está Ocultando a Mensagem?
Eu adicionaria meu desejo de que o termo “desvio positivo” seja reconsiderado. Acredito que um novo termo possa melhorar a participação do DP. Lavine afirma que a palavra “desvio” é normalmente compreendido como negativo, e traz à mente comportamentos que são socialmente inaceitáveis. Essa é certamente a reação recorrente entre meus pares e colegas que não se acostumam ao termo. Eles não conseguem imaginar suas equipes buscando entusiasmadamente fazer seus projetos em desvios positivos.
No próximo mês – um curto artigo sobre O Continuum do Desvio Positivo de Kim Cameron.
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Referências
Lavine, M. (2011). Positive Deviance. In K. Cameron & G. Spreitzer (Eds.), The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship. Oxford University Press.
The Positive Deviance Initiative, Tufts University.
Pascale, R., Sternin, J.,& Sternin, M. (2010). The Power of Positive Deviance: How Unlikely Innovators Solve the World’s Toughest Problems. Cambridge, MA: Harvard Business Press.
For information about Jerry and Monique Sternin’s work in Vietnam with Save the Children see these three articles:
Positive Deviant, by David Dorsery, November 2000, Fast Company
Sternin, J. and Choo, R. 2000. The power of positive deviancy. Harvard Business Review, 78(1): 14–15.
Positive Deviance and Unlikely Innovators: HBR IdeaCast, June 2010
Imagens
Plantação no Vietnam cortesia de United Nations Pictures
Lâmpada cortesia de Jonathan Jones
Espiral da bicicletal cortesia de Sam Ilić
Espiral Orgânico cortesia de brewbooks